💥 A MP que sumiu e o rombo que ficou: o novo desafio fiscal do governo
📍 Brasília e suas emoções fiscais de sempre
Leandro Nascimento
10/9/20253 min read


Nada como mais um capítulo da novela econômica brasileira: a Medida Provisória (MP) que prometia reforçar o caixa do governo em R$ 46,5 bilhões simplesmente sumiu do mapa político.
A proposta, criada em junho, caducou — perdeu validade antes mesmo de ser votada pelo Congresso.
Com isso, o governo perdeu uma das principais apostas para cumprir a meta de déficit zero em 2025 e 2026.
Traduzindo pra um português mais direto: o dinheiro que o Ministério da Fazenda já contava no orçamento não vai entrar.
💸 A MP que tentou — e não conseguiu
A Medida Provisória tentava aumentar impostos em três frentes bem sensíveis:
📈 Apostas esportivas (bets): de 12% para 18%;
💰 Juros sobre capital próprio (JCP): de 15% para 20%;
🏦 Fintechs e investimentos isentos (LCI e LCA): revisão das alíquotas.
Na teoria, a arrecadação extra viria de setores com forte crescimento e alta rentabilidade — um jeito de “dividir o peso” fiscal.
Na prática?
O agronegócio chiou (as LCAs são sua principal fonte de crédito), o setor financeiro reagiu, e o Congresso fez o que Brasília faz de melhor: empurrou o assunto até o prazo vencer.
Sem acordo político, a MP expirou. E o reforço de R$ 46,5 bilhões virou fumaça. 💨
🕳️ O buraco fiscal que ficou
O plano econômico do governo previa déficit zero, com margem de tolerância de até R$ 31 bilhões negativos.
Sem a MP, o rombo potencial passa dos R$ 46 bilhões — um problema sério para quem precisa mostrar disciplina fiscal ao mercado.
Agora, o Ministério da Fazenda corre contra o tempo pra tapar o buraco.
As opções são duas — e nenhuma é fácil:
Aumentar impostos por outro caminho, via novo projeto de lei (que também enfrenta resistência);
Cortar gastos públicos, o que é politicamente quase impossível em ano pré-eleitoral.
Em outras palavras: o governo vai precisar de criatividade… ou de sorte.
📉 Por que isso importa pra você?
Pode parecer assunto de gabinete, mas não é.
Quando o governo gasta mais do que arrecada — ou perde receita prevista — o risco fiscal aumenta. E quando o risco fiscal aumenta, o impacto chega rápido ao seu bolso:
Os juros futuros sobem, encarecendo o crédito e o financiamento imobiliário;
O dólar fica mais volátil, pressionando preços e aumentando a inflação;
E as empresas reduzem investimentos, freando a geração de emprego e renda.
Ou seja: o rombo nas contas públicas pode virar rombo nas suas finanças pessoais.
🧠 O que isso ensina sobre planejamento financeiro?
A lição aqui vale tanto pra Brasília quanto pra sua casa:
nunca conte com um dinheiro que ainda não entrou.
O governo montou o orçamento como quem já gasta o 13º antes de receber — e agora precisa correr atrás pra fechar o mês.
Na vida pessoal, o resultado seria o mesmo: aperto, juros e estresse.
O jeito mais seguro de se proteger desse tipo de cenário é fazer o que o governo raramente faz: planejar e se antecipar.
Tenha uma reserva de emergência equivalente a pelo menos 6 meses de despesas;
Diversifique seus investimentos entre renda fixa e variável — os juros podem subir novamente;
Evite dívidas de longo prazo em momentos de incerteza fiscal;
E acompanhe o cenário macro: ele influencia diretamente seus rendimentos e oportunidades.
🧾 Em resumo
A MP que traria R$ 46,5 bilhões em arrecadação caducou;
O déficit zero virou quase missão impossível;
O governo agora precisa escolher entre subir impostos ou cortar gastos;
E o cidadão comum sente os efeitos em juros, crédito e inflação.
📈 Conclusão: Brasília erra, você não precisa
O governo pode tropeçar na política fiscal, mas você pode aprender com o erro.
Planejar é o antídoto contra o caos.
💬 Enquanto Brasília faz contas que não fecham, você pode fechar as suas — com consciência, disciplina e inteligência financeira.
